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Computador é feito de fungos de cogumelo shiitake na Universidade de Ohio com chips de memória que chegam a 6 GHz

Micélio de fungos comestíveis foi usado para criar memristores biológicos, dispositivos capazes de aprender e processar informações como sinapses humanas, prometendo uma revolução verde na computação.

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Computador é feito de fungos de cogumelo shiitake na Universidade de Ohio com chips de memória que chegam a 6 GHz
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Pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio (Ohio State University) desenvolveram uma tecnologia surpreendente: chips de memória feitos a partir de fungos comestíveis do tipo shiitake (Lentinula edodes). O estudo, publicado no periódico científico PLOS ONE e divulgado pelo portal ScienceDaily, apresenta o primeiro protótipo funcional de memristores biológicos, um componente essencial para a construção de computadores que imitam o cérebro humano.

Esses dispositivos foram fabricados a partir do micélio — a estrutura de filamentos que compõe o corpo do fungo —, cultivado e tratado de modo a se tornar um condutor natural de eletricidade. Quando eletrodos foram conectados às amostras, os cientistas observaram um comportamento inédito: o material armazenava e processava informações simultaneamente, reagindo às correntes elétricas como sinapses neurais.

Reprodução: Ohio State University

Frequência de comutação impressionante

Os experimentos mostraram que os memristores de shiitake podem alternar entre estados elétricos até 5.850 vezes por segundo, o que os pesquisadores descrevem como uma operação na faixa de até 6 kHz. Embora o número tenha sido interpretado por alguns veículos como “6 GHz”, trata-se de uma taxa de comutação de cerca de 6 mil Hz, equivalente a uma frequência de resposta extremamente rápida para materiais biológicos. O destaque está na eficiência e estabilidade: cerca de 90% de precisão na mudança de estados, com baixo consumo de energia e materiais totalmente biodegradáveis.

Computação verde e sustentável

Ao contrário dos chips convencionais de silício, o hardware feito de micélio dispensa metais raros, não polui o ambiente e pode ser decomposto naturalmente após o uso. Além disso, o fungo shiitake mostrou alta resistência à radiação e variações extremas de temperatura, o que abre caminho para aplicações em dispositivos embarcados, satélites e missões espaciais.

Essa tecnologia representa um avanço significativo na busca por computação neuromórfica sustentável — sistemas que imitam a forma como o cérebro processa informações, usando materiais orgânicos para aprendizado e memória.

Aplicações e o futuro da computação orgânica

Os pesquisadores destacam que ainda se trata de um protótipo experimental, mas o conceito de “computadores vivos” ou “chips de fungo” vem ganhando força entre cientistas que buscam alternativas ecológicas ao silício. Futuramente, essa abordagem pode ser aplicada em sensores inteligentes, dispositivos de Internet das Coisas (IoT) e hardware de aprendizado autônomo, com baixo custo energético e impacto ambiental reduzido.

Apesar de estar longe de substituir CPUs e GPUs tradicionais, o trabalho da equipe da Universidade de Ohio demonstra que a natureza pode inspirar soluções para os limites físicos da microeletrônica moderna. Os fungos, que antes apenas temperavam pratos, agora podem alimentar o futuro da computação.

Marcus é o fundador da Seletronic. Além disso, é programador, e editor no site. Ama ajudar as pessoas a resolverem problemas com tecnologia, por isso criou esse site. Segundo ele: "A tecnologia foi feita para facilitar a vida das pessoas, então devemos ensinar a usá-la". Apesar de respirar tecnologia, ama plantas, animais exóticos e cozinhar.
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