Com cerca de 10 mil funcionários no mundo, Shein pode mesmo criar 100 mil vagas no Brasil?

A Shein anunciou nesta quinta-feira (20) que começará a produzir suas roupas no Brasil em resposta aos novos anúncios de taxas para compras internacionais. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a empresa chegou a um acordo com o governo para se adequar ao Programa de Conformidade Tributária da Receita Federal, comprometendo-se a nacionalizar 85% de suas vendas pelas plataformas eletrônicas em até quatro anos. Isso resultará em um investimento de 750 milhões de reais e, de acordo com a empresa, na criação de 100 mil vagas de emprego no Brasil. No entanto, muitos estão questionando esses dados. Veja um exemplo a seguir:

O maior empregador do BR, o Banco Itaú, tem 99 mil funcionários. O 2º maior, BRF, tem 96 mil.

Mas segundo o Taxxad e o Felipe Neto, a SHEIN vai gerar 100 mil empregos no Brasil com um investimento de R$ 750 milhões.

Detalhe: a empresa tem 10 mil funcionários em 150 países. ?

— Daniel Scott (@odanielscott) April 21, 2023

Mas porque isso pode ser improvável?

Seria bastante improvável que a Shein criasse 100 mil vagas de emprego no Brasil com apenas 750 milhões de reais em investimento. Embora o valor de investimento pareça significativo, a criação de empregos em grande escala envolve muito mais do que apenas dinheiro.

Existem muitos fatores que influenciam a criação de empregos, como a natureza do negócio, a infraestrutura disponível, a capacidade de produção e distribuição, a demanda do mercado, as políticas governamentais, entre outros. Além disso, criar 100 mil empregos significaria um aumento muito significativo na equipe global da empresa, o que pode não ser viável a curto prazo.

Portanto, embora a Shein possa gerar empregos no Brasil com seu investimento, a criação de 100 mil vagas parece improvável com apenas esse montante de investimento. É importante lembrar que as empresas geralmente precisam de tempo e investimentos contínuos para crescer e expandir seus negócios e equipes.