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Mercado Livre estaria copiando a Shopee? Estratégia agressiva levanta debate no e-commerce brasileiro

Gigante latino-americano intensifica táticas semelhantes às da Shopee, reforçando disputa por preço, influência digital e presença em datas promocionais.

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Mercado Livre estaria copiando a Shopee? Estratégia agressiva levanta debate no e-commerce brasileiro
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O Mercado Livre, líder consolidado do e-commerce na América Latina, tem movimentado o setor ao adotar estratégias de marketing cada vez mais parecidas com as que tornaram a Shopee um fenômeno entre consumidores brasileiros. O movimento reacendeu discussões sobre até que ponto o marketplace argentino estaria apenas se adaptando às novas demandas do público — ou realmente absorvendo a fórmula da concorrente asiática.

Desde sua chegada ao Brasil, a Shopee revolucionou o comportamento de consumo com campanhas agressivas, forte apelo em preço e o uso massivo de influenciadores. Seu modelo, focado no “precinho baixo”, no frete subsidiado e no entretenimento durante a compra, rapidamente capturou públicos jovens e sensíveis ao valor final da compra. A resposta do Mercado Livre não tardou — e agora se intensifica de maneira evidente.

A seguir, os principais pontos que sustentam a percepção do mercado de que o ML está se “shopenizando”:

1. Uso de datas duplas (Double Day)

A Shopee popularizou campanhas em datas como 7/7, 8/8, 9/9 e o emblemático 11/11. O Mercado Livre, que antes concentrava esforços em eventos tradicionais como o Dia do Consumidor e a Black Friday, passou a dar destaque inédito às datas duplas. A plataforma agora investe pesado em cupons, promoções-relâmpago e calendários mensais agressivos, disputando diretamente a atenção dos caçadores de ofertas.

2. A batalha pelo “precinho baixo”

Embora o Mercado Livre sempre tenha sido forte em produtos de ticket médio e alto, a pressão da Shopee no mercado de itens baratos redefiniu prioridades. Em resposta, o ML reduziu o valor mínimo para frete grátis — em alguns casos, para compras a partir de R$ 19 — e ampliou ferramentas de coparticipação promocional. Dessa forma, vendedores podem oferecer descontos mais profundos sem sacrificar toda a margem.

3. Afiliados e Criadores: o contra-ataque estruturado

Um dos pilares de crescimento da Shopee é sua legião de influenciadores especializados em “achadinhos”. Para competir, o Mercado Livre lançou seu programa de Afiliados e Criadores, que oferece não apenas comissões, mas também ganhos por visualização em vídeos, em um modelo muito similar ao da plataforma asiática. A meta é clara: reconquistar o tráfego orgânico que migrou para o ecossistema de conteúdo da concorrente.

4. Publicidade massiva com tom pop

Se a Shopee chamou atenção com jingles virais e celebridades globais, o Mercado Livre elevou seu investimento publicitário e trouxe nomes como Neymar e Ronaldo Fenômeno para reforçar o apelo emocional e o senso de urgência em grandes campanhas. A linguagem mais pop, divertida e acelerada deixa evidente o alinhamento com o estilo que o público já associa à concorrente.

5. Central de Marketing: um “novo rosto” para vendedores

Por trás das câmeras, o ML reformulou sua área de promoções. A “Central de Marketing” ganhou layout mais simples, intuitivo e orientado por ações rápidas — um modelo muito semelhante às interfaces das plataformas asiáticas. A intenção é facilitar a participação dos lojistas em campanhas massivas, ampliando o volume de ofertas e acompanhando o ritmo da Shopee.

Conclusão: cópia ou adaptação necessária?

Embora seja comum ouvir que o Mercado Livre está “copiando” a Shopee, especialistas do setor preferem chamar o movimento de adaptação estratégica. O gigantismo do ML não impediu seu reconhecimento de que o comportamento do consumidor mudou — especialmente entre os mais jovens, que valorizam preço baixo, conveniência e experiências interativas.

Ao incorporar elementos que a Shopee popularizou, o Mercado Livre demonstra flexibilidade e disposição para ajustar sua engrenagem a um mercado que evolui rapidamente. No fim das contas, a disputa entre as plataformas beneficia diretamente o consumidor, que ganha mais frete grátis, cupons, variedade e ofertas agressivas.

A pergunta que fica é: estamos vendo uma simples inspiração competitiva ou uma mudança profunda no DNA do marketplace? O debate está aberto — e a guerra por atenção e preço no e-commerce brasileiro nunca esteve tão acirrada.

Marcus é o fundador da Seletronic. Além disso, é programador, e editor no site. Ama ajudar as pessoas a resolverem problemas com tecnologia, por isso criou esse site. Segundo ele: "A tecnologia foi feita para facilitar a vida das pessoas, então devemos ensinar a usá-la". Apesar de respirar tecnologia, ama plantas, animais exóticos e cozinhar.
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