Na tradição popular, o alecrim tem sido associado à boa memória por séculos. Agora, pesquisadores da Universidade de Northumbria apresentam evidências intrigantes que podem respaldar essa crença ancestral e trazer novas perspectivas para a preservação da função cognitiva.

O estudo envolveu 60 voluntários idosos, divididos em três grupos distintos. Um grupo participou de aromaterapia com alecrim, outro com lavanda, e o terceiro grupo não recebeu nenhuma forma de aromaterapia, servindo como controle.

Durante as sessões, os participantes foram submetidos a jogos de palavras como distração, intercalados com testes de memória complexos. Surpreendentemente, o grupo exposto ao aroma de alecrim apresentou um aumento “estatisticamente significativo” de 75% em sua função de memória, enquanto o grupo da lavanda teve o desempenho mais baixo.

A substância mágica no alecrim que parece impulsionar essa melhoria é o 1,8-cineol, um composto que age inibindo a acetilcolinesterase, uma enzima responsável por decompor o neurotransmissor acetilcolina. Essa inibição pode ter o efeito de retardar drasticamente a perda de memória, especialmente em pacientes com Alzheimer, como indicam resultados de estudos anteriores.

Mas por que a aromaterapia com alecrim é mais eficaz? A resposta reside na capacidade das moléculas do óleo essencial de alecrim serem inaladas, proporcionando uma rota direta para o cérebro. Diferentemente da administração oral, essa abordagem evita a quebra de moléculas no sistema digestivo, permitindo uma absorção mais rápida e contornando o filtro do fígado. Além disso, essa forma de administração pode reduzir potencialmente os efeitos colaterais associados a outros métodos.

Essa descoberta emocionante lança luz sobre as propriedades notáveis do alecrim e abre caminho para futuras pesquisas sobre terapias alternativas para melhorar a função cognitiva e, quem sabe, desvendar segredos ainda não revelados sobre o poder das ervas na saúde cerebral.